Algumas Palavras

Escrevi estes versos nas horas de ócio, de paz interior, poetando minhas emoções e meus sentimentos, sem nenhuma preocupação com o tempo, com a rima ou a métrica, mesmo porque disso não entendo.

As palavras voam e se dissipam com o vento, colocando-as aqui ficarão na mente de quem lê.

Vou continuar viajando na imaginação, escrevendo, sem pretensão literária, aproveitando o tempo, o senhor da razão.

Aqui estou de forma real, apesar das sutilezas. Aqui está a minha essência.

Sou Mulher Comum
Sou Mãe com Amor
Sou Filha Saudosa
Sou Poesia pra Viver!


terça-feira, 30 de março de 2010

A Estação Centenária


. A ESTAÇÃO CENTENÁRIA
Ipu-Ceará (inaugurada em 10.10.1894)

Falar da estação é falar com o coração
é voltar ao tempo,
não qualquer tempo, de tanto,
mais que centenário.
É falar de gente e coisas
parte de sua longa história.
O telégrafo com seu código
levando e trazendo mensagens,
aproximando pessoas,
encurtando distâncias.

Quem não se lembra
do tradicional “kit” viagem,
toalha no pescoço,
galinha caipira torrada
feito farofa, muito gostosa.
Do vagão restaurante
repleto de homens de todas as idades
e de muitas conversas.

Seu Carlito, Seu Isaías,
Seu Raimundo Craveiro,
José Cândido, João Bessa
Romãozinho, Lauro Magalhães.
Antes e depois deles, muitos outros,
todos inseridos no contexto
da mesma história.

Esperar o trem chegar,
era sempre uma festa,
na calçada da minha casa,
bem em frente da estação,
ainda lá, hoje pensão.
Fileiras de cadeiras cativas,
uma rede de tucum na varanda
e uma mesa com café,
todo o povo parava
para ver o trem passar!

Por lá sentaram tantos,
que nem me lembro mais,
os que restaram na memória
dá licença, vou citar:
Auton e Félix Aragão,
Sezinho, seu Lima, seu Janjão,
Tiago Memória, Augusto Passos,
Seu Alfredo da pensão,
às vezes, Seu Bitião
Dr.Barroso, o velho Aderbal
o querido Chico Lão;
menina, corria com medo
pra ele não me beijar.

Por que na roda
não tinha mulher?
Seria discriminação?

Onde estão os humildes carreteiros
que tantas malas pesadas
em suas cabeças carregaram?
São muitas as interrogações.

Não restou ninguém, só a estação
vendida a um comerciante
pra virar loja de motos. Vejam só!
Hoje em ruínas, ao Patrimônio voltou,
amanhã cheia de vida, cheia de livros.
Que assim seja. Amém!

Tinha um pé de oiticica
como o secular tamarineiro, morreu.
Frondoso, de sombras vastas.
era um ponto exclusivo
de mulheres sempre loiras,
arrumadas, decotes em profusão,
sombrinhas multi-coloridas
vindas das Pedrinhas, apelidadas por
“mulheres de vida livre”
não era pra ver a banda passar,
era pra ver o trem chegar.

Como tudo mudou,
nem trem existe mais;
quem hoje iria parar
para ver o trem passar?

Essa velha estação,
faz parte da minha história
e de quantas gerações
que nos trens viajaram,
orgulho dos ipuenses que,
se não a deixaram ser o que era,
que seja transformada
numa Casa do Saber.
Que assim seja! Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário